Estavam em um outro nível de paixão. Não a romântica, bonitinha e que inebria os adolescentes.
Era uma paixão carnal, adulta e lasciva. Uma paixão de corpos que se desejam. Perceberam isso desde o primeiro olhar.
Ele não a olhou como os outros. Havia uma fome nas suas pupilas. A boca parecia salivar de vontade. Desejo pulsante. Coisa de predador racional que escolhe a presa.
Ela, no seu vestido curtinho, naquele fim de uma tarde quente, andava ao som de uma música imaginária que a fazia rebolar elegantemente na direção dele. Com a chegada da noite, a brisa finalmente começava a soprar mais generosa e assim fazia os cabelos voarem por sobre os olhos castanhos dela. Não, não eram olhos angelicais, mais parecia uma diabinha fugida de uma parte especial do inferno, que encanta e inebria, mas diz nos olhos a que veio. E os olhos dela transmitiam esse desejo.
Tinham se conhecido numa festa, amigos em comum os apresentaram e depois de muita conversa, risos e um drinques a mais o pedido ousado dele de um beijo. Ela recusara entre um sorriso maroto de quem mais diz “sim” do que “não”.
Deu-lhe um beijo no rosto e o número do celular.
Conversaram longamente na tarde seguinte. Entre risos e insinuações leves sentiam que algo mais havia naquilo. Uma vontade que não passava, um desejo que mútuo.
As conversas repetiram-se por dias seguidos. Trocaram e-mails. E neles havia um toque refinado de erotismo. Algo tão sexy no “beijo”, palavras mais maliciosas dele, desejos meio velados meio revelados nas palavras dela.
Então o inesperado mais esperado daquela semana. Veio então o pedido dele em um torpedo: “Vamos beber alguma coisa amanhã?”. E naquele dia, depois da pergunta, houve silêncio total dele. Ela não teve coragem de ligar, esperou... Até que resolveu mandar resposta, num torpedo curto, que não deixasse transparecer o tamanho da expectativa que havia em suas palavras: “Sim. Onde?”. O nome e o endereço do barzinho vieram em outro torpedo. E a pergunta: “Que horas?”. Ela achou aquela brincadeira muito interessante... Respondeu-o com um sorriso, que ele não viu, mas certamente sentiu nas suas palavras no novo torpedo com a informação.
O dia seguinte foi de uma deliciosa tensão, esperando um telefonema, um sinal, qualquer coisa... E nada. Um total silêncio que há dias não havia. Qual o porquê daquilo? Deixá-la nervosa? Quebrar qualquer resistência? Ela já não parava de pensar na noite... Ela já não se continha, o dia não terminava. A ansiedade já se transformava em desejo.
Foi-se.
Vendo-a aproximar-se, naquele balanço deliciosamente ‘sexy’, ele pensava em como tinha ficado completamente inebriado por aquela pele morena. Como uma mulher tinha o poder de fazê-lo sentir tanto desejo, tanta vontade e tanta ansiedade?
Aqueles dias em que se falaram diariamente por telefone ou e-mail haviam sido dias de um excitação constante, uma vontade maior que ele de tê-la em seus braços. Beijar... Morder. Assustava-se com a gama de pensamentos eróticos que conseguia ter em tão pouco tempo e só por vê-la aproximar-se. Aliás, aquele vestido tinha um ‘quê’ de sedução premeditada, umas alcinhas tão fininhas. Aquela boca vermelha... Esse encontro realmente estava-o mexendo com todo seu tesão e seu imaginário.
Um sorriso de lá, um sorriso de cá. Beijinhos no rosto, um tanto mais demorados. Era quase um ritual de reconhecimento... Sim, o perfume conhecido em ambos da outra vez. Um frisson percorreu o corpo dos dois... Sentiram-se. Olharam-se. Riram.
Ela queria perguntar o porquê do silêncio do dia. Mas preferiu não comentar. Iria expor aquilo que a movera o dia todo.
Seguiram pro bar. Sabiam o que sentiam. Estava nos olhos, na pele, na palma da mão dela pousada nas costas dela. Na respiração dela.
Acharam lugares junto ao balcão do bar e sentaram. Puseram-se a conversar enquanto esperavam uma mesa. O bar já estava bem movimentado. Outras pessoas, vai e vem, conversas, barulho. Isso trazia a necessidade de falarem pertinho, como uma dádiva que só aos mais abençoados é dada. Poderiam ficar ali a noite toda, cheirando-se enquanto trocavam palavras e risos.
Entre um ‘drink’ e outro, a conversa fica mais próxima. Ditas ao ouvido um do outro, misturadas ao perfume e as lembranças de tudo que foi dito aquela semana. Um desejo incontrolável de estarem mais próximos e darem cabo logo daquele desejo que só aumentava. Os risos eram sinais de tensão, mas de que o tesão também aumentava.
A proximidade dos corpos, o barulho ao redor, aquela vontade que fora segurada e aumentada durante a semana... A cabeça de ambos parecia girar, era algo incontrolável.
As pessoas no bar esbarravam-se, e num desses esbarrões eles ficaram mais que próximos enquanto tentavam conversar algo completamente desnecessário e entrecortado pela respiração já um tanto descompassada.
Um beijo... De leve. Os pares de olhos fixaram-se uns nos outros. Não era só sensação de romance, era mais.
— Assim seria capaz de fazer uma loucura com você! Disse ele num misto de afirmação e vontade.
— E por que não? Respondeu ela numa ousadia inesperada por ele, mas muito bem vinda!
— E você teria coragem? Ele instigou-a e riu.
O impulso foi maior, ele a trouxe mais perto, aproveitando-se da confusão da passagem das pessoas e ela pode senti-lo, perto... Tenso e teso. Era agradável sentir a reação do corpo dele ao toque macio do seu vestido. E sem pensar, ela aproveitou-se da proximidade e abriu o zíper da calça dele e sem muito rodeios sentiu o seu membro pulsando por detrás do tecido da cueca. Chegou-se mais perto, como em um abraço, e pôs a mão delicada dentro da cueca dele. Segurou firme e começou uma massagem enlouquecedora. Enquanto o masturbava, ela não saia daquele abraço. Sentia uma loucura inexplicável, uma surpresa que saia da voz dele em pequenos e quase inaudíveis suspiros.
Ele não acreditava que aquilo estivesse mesmo acontecendo, sentia um tesão imenso. O povo, o barulho aquela mão delicada deliciando-se no seu pênis rijo e pulsando. O perfume dela que lhe inebriava até a alma... A voz daquela mulher que o estava enlouquecendo naquele momento, sussurrando bem baixinho em seu ouvido e fazendo ele quase ter acessos de prazer só em ouvi-la:
— Está gostoso? Era assim que me queria durante a semana inteira?
Eram perguntas retóricas... Pois era visível que ele não conseguiria responder sem incorrer no risco de gemer um pouco mais alto e deixar que outros percebessem o que ali se passava.
Abraçou-a mais forte... Fazendo a mão dela segura-lo ainda mais firme. E de um modo inexplicavelmente forte e rápido ela o fez gozar em silêncio. Enchendo sua mão de todo prazer espesso que ela pode conter entre os dedos. Ele olhava-a com uma fome que parecia só aumentar. Não permitiu que ela saísse do abraço, discretamente pegou guardanapos que estavam próximos, entregando-os a ela e virando-a delicadamente. Ela pode sentir o seu órgão duro ainda... Pressionando sua bunda. E caminharam vagarosamente em direção aos toaletes. Entraram em um e aí ele pode extravasar aquela loucura que ela proporcionara a ele em silêncio.
Ele a pôs de frente pra si... E com toda fúria que teve que segurar durante aqueles momentos de deliciosa angustia de prazer ele a ergueu até a sua cintura... E puxou sua calcinha para o lado. Seu membro ainda rijo penetrou-a com força. E agora era a vez dela ter ânsia de gemidos que fora abafados por beijos ardestes dele.
E enquanto a língua dele lhe preenchia e calava a boca, ele socava cada vez mais forte abrindo cada vez mais enlouquecido sua vagina molhada de tesão.
Em movimentos fortes, roçando as costas dela na parede daquele banheiro que nenhum dos dois fazia idéia de como fosse, gozaram ambos. Abafando seus gemidos mútuos entre beijos e mordidas. Até sentirem o tremor das pernas e o gozo descer vagarosamente entre as coxas dela.
Nesse misto de moleza e tesão eles olharam-se e riram, perceberam que ali não havia só um encontro casual. Ela limpou-se com os olhos dele fitos nela e riu da situação.
— Vamos?
— Vamos, né? Riu-se ela.
Ele chega mais perto dela, e quase num beijo de leve diz:
— Vamos, que isso foi só o começo dessa noite.
E já recompostos, ele a pega pela mão e saem do toalete não se importando com quem passa pelo local,. Deixa uma cédula no balcão do bar... E saem de lá, em direção ao apartamento dele.
E a noite?
A noite foi muito pouco pra saciar aqueles olhos famintos e aquela paixão dilacerante...
"Eu não resisto à tentação de ser livre... Pertenço à liberdade. Fiz dela minha mãe, adotei-a como irmã, quero-a como filha, adoro-a como amante. E a Liberdade de mim fez andante livre, desgarrada, caminhante e feliz!
10/02/2009
O Encontro
ஜॐ♥ C ♥ॐஜ