25/04/2009

Parte III - Do sabor ao beijo



ஜॐ♥ C ♥ॐஜ


Era Sábado! O dia passara-se tranquilo. Com pequenos torpedos instigando-se mutuamente. A noite chegava com uma promessa de que eles iriam divertir-se e conhecer-se mutuamente fora do ambiente de trabalho.

Ele a encontrou mais leve que nos dias de trabalho. Sorridente, cabelos soltos, maquiagem mais casual. Usava jeans e uma blusa com um decote mais ousado. Isso mexia com sua libido de macho que já andava bem presente com aquela situação. Ela parecia mais solta também. Conversando tranquilamente, trocando sorrisos e olhares. Era algo ímpar! Até ali ela mantinha uma reserva que o deixava alucinado, uma barreira que ele não conseguia transpor, mesmo tendo a certeza que ambos queriam-se mutuamente.

Foram ao cinema, e à muito custo contiveram-se, mesmo no escuro, mesmo tão próximos, mesmo com tanta vontade. Permitiram-se um andar de mãos dadas. Pareciam colegiais, quem sabe. Os desejos e os pensamentos dele eram bem de adolescentes, hormônios, vontades e desejos de descoberta, não da sensação, mas dela! Os dela não eram tão diferentes, mas eram de mulher!

Jantaram e dessa vez, diferente das outras, ela tomou mais que suco. O ar do fim de semana, o sábado. Pediu um vinho. Ela parecia ainda mais linda, sensual e desejável. Solta, sorridente e totalmente provocante. Foi uma noite agradável. E pela primeira vez ele a via assim tão atraente, mais do que todas as vezes, ela era quase um pecado ao qual se deseja com loucura. A vontade que tinha era morder aquela boca que lhe sorria tão cretinamente linda.

Por um momento sentiu-se fora de si, olhando aquela mulher sorrindo sensualmente pra ele. Ela realmente mexia com algo nele. Não era mais só conquista e sedução. Não era só um jogo. Sabia que ela lhe daria a resposta ao convite da viagem, mas queria mesmo era possuí-la aquela noite mesmo, tão linda, tão fêmea.

Voltou a si! Jantaram, conversaram e beberam mais um pouco. Conversaram, olharam-se, desejaram-se. Não disseram nada. Não carecia dizer. Era hora de ir. A noite passara e não tocaram no assunto da viagem.

Ao deixá-la em casa, ela deteve-se uns minutos dentro do carro. Na verdade ela estava surpresa dele não ter tocado no assunto do convite, mas era hora de dizer algo. Sua cabeça estava leve demais, possivelmente pela falta de hábito da bebida, pelo momento, pela companhia. Começava a sentir um desejo maior por aquele homem.

Olhou pra ele e já que ele não tinha tocado mesmo no assunto, disse de chofre:

— Então, aonde vamos no final de semana?

Ele sorriu com os olhos, e como quem não quisesse deixar transparecer a ansiedade de quem esperara por aquela resposta a noite toda. Procurou responder calmamente que pensara em irem ao litoral. Ela concordou.

Ela agora se preparava para descer do carro quando sentiu a mão dele segurar-lhe o pulso e, de repente, envolvê-la num beijo. Não houve recusa, não teria porque haver. Ambos queriam demais e por muito tempo aquele beijo. Demorado e molhado. Sentido, desejado. Ficaram um tempo ali, degustando-se, provando-se, sugando a língua e sentindo um prazer delicioso naquele beijo. Sentiram-se próximos, muito mais que já haviam sentido-se até ali.

Ele a queria, naquele momento, mais que tudo. Sugou-lhe a língua, como queria tomar pra si sua fêmea alma. Ela entrou-se aos seus toques, desejos e força. Mas foi no beijo que pararam, voltando vagarosamente a sentir o mundo a sua volta.

Por fim, desvencilharam-se. Sorriram... despediram-se.

Ela seguiu vagarosamente para a entrada de casa. Ele só saiu dali quando não podia mais vê-la. Embora agora carregasse aquela mulher na sua memória olfativa... pelo cheiro bom daqueles cabelos e no gosto da sua doce saliva. Ele estava realmente feliz!


Continua...