sábado, 25 de abril de 2009

Parte IV - À Caminho de Shangri-lah


ஜॐ♥ C ♥ॐஜ

A semana foi um misto de ansiedade, desejos e vontades. Almoços, torpedos e uma sensação nova: Excitação latente.

Desde o beijo uma nova linha de diálogo abriu-se entre eles. Alem dos corpos, dos sorrisos, dos olhos, agora a linguagem do desejo intenso, dos pequenos gracejos sensuais, das conotações ardentes que só deixavam transparecer ainda mais a vontade que ambos tinham de possuírem-se.

A vontade dele era intensa, daquelas que enchem a mente de vontade lasciva. Ele sentia algo entre a o desejo irracional de macho e a vontade de ter aquela mulher perto, muito perto de si. A dela não era menos intensa. Foram dias de pequenas conversas cifradas, diálogos de olhos e de sensações... pensamentos deliciosamente impuros e partilhados sem palavras. Foram noites de planejamento, imagens criadas de olhos abertos, conversas ao telefone, que mais pareciam preliminares de um sonho erótico. Sentiam-se em êxtase, daquele que envolve os amantes no desejo de possuirem-se. Até o dia da viagem.

Entre a despedida na noite anterior e a manhã parecia que não existiram horas. Ela nem sabia ao certo se dormira ou se recostara-se na cama por um pequeno momento.

Ele a pegou em casa bem cedo. Descansou o suficiente para dirigir, mas dentro dele havia algo inquieto. Um homem feito, já acostumado a conquistas e a desejos, mesmo assim sentia aquele frisson de tocar intimamente naquela mulher pela primeira vez. Não tinha como ser diferente. As semanas se passaram e a vontade e o desejo haviam crescido imensuravelmente desde o dia que decidira ter aquela mulher pra si. O desejo era agora mais forte e intenso, mas ele já não era o mesmo. A conquista era um delicioso jogo, mas bem mais deliciosa era a certeza de que ela o queria. Era saber da recíproca, do desejo mútuo do tesão claro e forte. Isso o inquietava e ao mesmo tempo o tornava um homem feliz.

Foram de carro. Conversaram muito. Riram ainda mais. O silêncio os inquietava. Eles queriam mais. Eles queriam tudo. Nas duas horas de viagem partilharam um pouco mais de si. Falaram mais de suas histórias, de reminiscências, de suas viagens.

Até ali já se sentiam preparados para preencher os silêncios com beijos e carinhos. Com olhos sorridentes e lábios desejosos. Estavam felizes...

Haviam esperado com ânsia por aqueles momentos a sós. Longe do trabalho, dos colegas de escritório. De tudo que os reportava ao dia-a-dia de estresse e correia. Não que fosse ruim, pois era lá que se viam todos os dias. Mas queriam mesmo era esquecer o mundo, e ter momentos para lembrar só deles e do seu desejo.

Por vezes, no caminho, paravam um pouco para olhar a paisagem... esqueciam a pressa para lembrar que era o primeiro momento só deles, partilhado. Rechearam esses momentos com beijos quentes e toques incontidos, mas breves. Preferiam guardar tudo para o momento certo. Era um pensamento insano? Sim! E quem mais poderia se entender com tanto desejo aflorado?

Chegaram ao hotel perto do meio da manhã. Era um lugar aconchegante, de frente pro mar. Tudo tinha um ar tranquilo. Intranquilos e inquietos só mesmo eles dois. Parecia que o mundo se movia lentamente, ou tudo dentro deles batia rapidamente no compasso do desejo que já os inundava.

Registraram-se e ela percebeu o sorriso safado que envolveu o rosto dele quando perguntou a ela se ficariam em quartos separados. Ela teve um ímpeto de ser moleca e dizer que sim. Que não ia ficar na mesma cama que ele! Invés disso sorriu, sorriu e ele entendeu o quanto ela o queria perto aqueles dias.

Receberam a chave. Seguiram sozinhos pro elevador. Internamente ficaram felizes, pois era assim que queriam ficar, sozinhos.

No elevador, o beijo foi quente e não tinham a intenção de parar com a chegada do elevador ao quinto andar. Na verdade, não tinham intenção de parar mais nada. Queriam-se, desejavam-se. Era tão intenso que mal conseguiam abrir a porta do quarto. Ela olhava pros lados, num misto de medo de serem vistos e de ânsia que aquela porta abrisse logo.

...Continua